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"O grande efeito pernicioso do cativeiro prolongado é a habituação. Uma mansa e insidiosa infiltração do mal, que acaba por tender a confundir-se com a própria pele. O exercício da libertação tem muito que se lhe diga. Não se volta simplesmente a ser dono do próprio tempo. Antes, há ainda o pânico de ter, subitamente, e de novo, o poder da escolha sobre a inutilidade dos afazeres. O corpo ainda não está inteiramente desintoxicado. Mas faremos a cura em pequenos passos. Prescrições intensas de música, sol, mar, cinema, livros, amigos, amor. Aos poucos, aprende-se a desaprender tudo o que dói. E dói menos. Dói diferente. Os meus planos para dominar o mundo continuam em crescimento."

Saturnine